O projeto arquitetônico articula o espaço em resposta a várias demandas: relação com o contexto urbano, diálogo com os vários corpos do edifício, atuação como um filtro entre áreas internas e externas, resposta às necessidades de conforto, etc. A direção do espaço relaciona o homem com o desejo de gerar lugares que melhorem a qualidade de vida. Uma suposição banal para todos os arquitetos, mas é precisamente por sua complexa simplicidade que existem poucos exemplos nos quais essa base teórica se tornou um excelente projeto, sem cair no banal ou paternalista. Entre os projetos de sucesso está o Hotel Vila Carlota, do escritório Architrend Studio Associato, onde a relação dialética entre o reuso de um edifício histórico e a construção de um novo hall é o tema dominante na relação entre homem e residência.
A intervenção é configurada em duas partes autônomas mas fortemente correlacionadas. A primeira se refere à recuperação e adaptação funcional de um edifício rural de finais do século XIX a um hotel com pátio.
A segunda concerne à relação do jardim com a piscina. O projeto vê uma série de intervenções que, embora mantendo as características históricas do edifício, também implementa sua transformação e conservação.
A altura dos quartos existentes possibilitou a distribuição através de dois níveis conectados por um hall de pé-direito duplo, feito de estrutura de aço e guarda-corpos de vidro, um elemento contemporâneo em relação com os pré-existentes.
No térreo está a recepção com a escada que leva ao segundo andar, o restaurante, onze quartos e sete suítes júnior, enquanto no segundo andar está o hall mezanino, seis quartos e uma suíte.
O restaurante fica dentro de um estrutura de aço e vidro com vigas de madeira em contato direto com o grande jardim e piscina, se abrindo ao território. As obras são caracterizadas pelo uso de materiais naturais dispostos em relação com os materiais tradicionais presentes no antigo edifício rural.
Um diálogo material declarado que leva a fachada do século XIX ao volume de ferro e vidro, tornando-o o pivô entre a recuperação e a nova construção.